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Inteligência Artificial

2024: o ano da inteligência artificial

RJ
Ricardo José Stein
CEO & Founder - VitexAI28/12/2024

Fim do ano: tempo de festas, celebrações, confraternizações da firma e amigo-secreto em família. Mas também é um período de reflexão e, claro, como cientista de dados, um momento para analisar o que aconteceu neste ano tão interessante para a área de inteligência artificial. É como um time-course multivariado, preparado para prever o que está por vir, dentro de uma margem de erro o menor possível.

Olhando para tudo que aconteceu, acredito que 2024 pode ser considerado um marco na história da inteligência artificial. Mas por quê?

Primeiro, porque ferramentas de IA generativa (um tipo de IA que cria textos, imagens e músicas a partir de padrões de dados existentes) se tornaram amplamente usadas por pessoas comuns, não só por profissionais de tecnologia. ChatGPT-4, Claude AI, Gemini, DALL-E, Midjourney, entre outros, já fazem parte do vocabulário de várias áreas. Seu impacto na produtividade é sentido no dia a dia. Ou você acha que aquela oferta recebida no Facebook foi escrita sem IA? E aquele post do seu amigo no LinkedIn, que nunca escreveu nada e, de repente, parece o novo Kafka?

Outro aspecto importante é que a IA já está presente no nosso cotidiano. Assistentes pessoais e algoritmos de sugestão tornaram-se experiências diárias. Desde recomendações no TikTok, Netflix e YouTube até interações com negócios virtuais como Mercado Livre e Magazine Luiza, estamos cercados de sugestões automatizadas, derivadas de redes neurais e processamento de linguagem natural (NLP).

As discussões sobre ética e IA invadiram podcasts, discursos políticos e a academia, com disciplinas abordando cada vez mais o tema. Embora pareça que a discussão apenas começou de forma superficial, o importante é que foi iniciada. Questões sobre uso ético e propriedade intelectual ainda estão longe de uma solução definitiva.

Mas talvez a principal razão de 2024 ser marcado pela inteligência artificial é que ela deixou de ser opcional e tornou-se uma necessidade competitiva para os negócios. Indústrias, empresas de comércio e de serviços precisam estruturar suas operações levando em conta a inteligência artificial não mais como um diferencial, mas como uma necessidade básica.

Na indústria, a inteligência artificial e seus modelos de machine learning têm cada vez mais impacto, seja no aumento da produtividade, seja na busca por produtos mais seguros e de maior qualidade. Grandes indústrias já contam com equipes formadas por cientistas e engenheiros de dados, e suas áreas de inovação tratam soluções baseadas em modelagem de dados como algo corriqueiro.

Na área de serviços, a enorme quantidade de dados gerados pelas interações entre negócios e consumidores permite relações cada vez mais personalizadas, direcionadas e eficientes. Sistemas e modelos de recomendação e previsão de comportamentos e demandas são realidade, e empresas que os ignoram tendem a se tornar rapidamente obsoletas, ultrapassadas e pouco competitivas. Embora persista a ideia de que apenas grandes empresas podem usufruir da inteligência artificial, são as médias e pequenas empresas que podem se beneficiar ainda mais, pois suas operações exigem decisões cada vez mais precisas e certeiras.

O ano de 2025 tende a solidificar ainda mais a inteligência artificial como parte de nossas vidas, relações e negócios. Contudo, mesmo com todos os avanços em automação e aprendizado de máquina, a inteligência artificial ainda depende profundamente das habilidades humanas para ser criada, aprimorada e aplicada. Embora a tecnologia automatize certos aspectos da criatividade, a capacidade humana de inovar permanece única e insubstituível.

*Texto originalmente publicado no Caderno +Serra do Jornal Pioneiro, em 28/12/2024*